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Quando a separação dos pais viram problemas para os filhos.

Por outro lado, isto não quer dizer que os problemas deixaram de existir. Mesmo quando a decisão é encarada com responsabilidade pelo casal, muitas vezes, as crianças são as que mais sentem com a separação dos pais e os primeiros tempos de adaptação podem ser difíceis para elas. São muitas mudanças e ajustes à nova configuração. Além da ausência de convívio com os pais na mesma casa, novos hábitos e rotinas, alterações no padrão vida e novo lugar de moradia são exemplos de acontecimentos que podem provocar conflitos e perturbações.
Neste cenário, não é raro o aparecimento de sintomas que - também - podem ser compreendidos como a linguagem possível neste momento de angustia e de desorganização emocional.
Bebês ficam mais intranquilos, crianças menores podem apresentar atitudes e comportamentos mais regredidos (como fazer birras ou voltar a fazer xixi na cama), crianças maiores e adolescentes podem passar a apresentar problemas na escola e/ou dificuldades de relacionamento. Outras vezes, observamos o aparecimento (ou incremento) de sintomas como náuseas e vômitos, diarreia, dor de cabeça, aumento ou perda de apetite, problemas ligados ao sono, agressividade, irritabilidade, além do aparecimento de medos e inseguranças.
Obviamente, este quadro se intensifica quando os filhos tornam-se alvo das disputas e/ou “herdeiros” das frustrações dos pais, sofrendo pressões que podem ser devastadoras.
Nestes casos, a psicoterapia pode auxiliar a criança - ou o adolescente - a reconhecer e expressar seus sentimentos, suas dúvidas, fantasias e inseguranças, bem como, ajudá-los a compreender que a separação dos pais é uma escolha exclusiva do casal. O trabalho psicológico também pode ajudar os membros do casal na condução do processo, de modo a torná-lo menos doloroso, uma vez que os possíveis conflitos tem a chance de serem mais compreendidos e, assim, minimizados.
Importante frisar aqui que a separação é uma passagem de vida de grande importância para o casal e, sobretudo, para os filhos. Merece ser elaborada de forma cuidadosa e digna. Portanto, não hesite em procurar um profissional caso esteja difícil enfrentá-la sozinho (a).
Texto elaborado por Márcia Barone Bartilotti, psicóloga clínica.
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